Detesto que me roubem a solidão sem me dar em troca verdadeiramente companhia. (Friedrich Nietzsche).

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Divino Divã









Me falta um Drummond num banco da cidade...

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O Machismo prejudica a Humanidade


 

No dia 8 de março passado publiquei um texto, um tanto quanto irônico, sobre "ser mulher". O que escrevi, e/ou como escrevi,   até mesmo pelo tom que usei,  direto, sem eufemismos,  pode ter desagradado, mas que não dá pra negar que é exatamente daquela forma que (ainda) acontece, não dá. Naturalmente que há mulheres, umas poucas, que não são como citei, naturalmente que as mulheres hoje não agem de todas aquelas maneiras, mas qualquer uma daquelas atitudes é uma marca do preconceito contra o próprio gênero.
Hoje o texto é sobre a criação dos meninos, e, mesmo que  de forma indireta, tem muito a ver com o texto que escrevi, e tudo a ver com o que penso. Eu não tive um menino, mas se tivesse tido, seria assim mesmo que o criaria, pela minha visão de valores, pelas minhas próprias experiências, pelo que considero Humano.


PELOS DIREITOS DOS MENINOS

Que nenhum menino seja coagido a ter a primeira relação sexual da vida dele com uma prostituta (isso ainda acontece muito nos interiores do Brasil)

Que nenhum menino seja exposto à pornografia precocemente para estimular sua “macheza” quando o que ele quer ver é só desenho animado infantil.

Que ele possa aprender a dançar livremente, sem que lhe digam que isso é coisa de menina

Que ele possa chorar quando se sentir emocionado, e que não lhe digam que isso não é coisa de homem.

Que não lhe ensinem a ser cavalheiro, mas educado e solidário, com meninas e com os outros meninos também

Que ele aprenda a não se sentir inferior quando uma menina for melhor que ele em alguma habilidade específica – já que ele entende que homens e mulheres são igualmente capazes intelectualmente e não é vergonha nenhuma perder para uma menina em alguma coisa

Que ele aprenda a cozinhar, lavar prato, limpar o chão para quando tiver sua casa poder dividir as tarefas com sua mulher – e também ensinar e dar exemplo aos seus filhos e filhas

Na adolescência, que não lhe estimulem a ser agressivo na paquera, a puxar as meninas pelo braço ou cabelos nas boates, ou a falar obscenidades no ouvido de uma garota só porque ela está de minisaia

Que ele não tenha que transar com qualquer mulher que queira transar com ele, que se sinta livre para negar quando não estiver a fim – sem pressão dos amigos, sem a obrigatoriedade imposta a ele por ser "macho".

Que ele possa sonhar com casar e ser pai sem ser criticado por isso. E, quando adulto, que possa decidir com sua mulher quem é que vai ficar mais tempo em casa – sem a prerrogativa de que ele é  que tem  que prover o sustento e portanto ela é que tem que cuidar da cria

Que, ao longo do seu crescimento, se ele perceber que ama meninos e não meninas, que ele sinta confiança na mãe – e também no pai! – para falar com eles sobre isso e ser compreendido

Que todo menino seja educado para ser um cara legal, um ser humano livre e com profundo respeito pelos outros. E não um machão insensível. 

Acredito que se todos os meninos forem criados assim eles se tornarão homens mais felizes. E as mulheres também serão mais felizes ao lado de homens assim. E o mundo inteiro será mais feliz.

O machismo não faz mal só às mulheres, mas aos homens também, à humanidade toda.

Meu ativismo político é a favor da alegria. Só isso.

autora: Sílvia Amélia de Araujo



Foto do filme  Meninos de Kichute.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Passado



 

Tenho me remetido ao passado, à minha infância principalmente, tenho sentido muita nostalgia, e tenho avançado tanto no passado que passo do meu próprio tempo, procurando móveis antigos para comprar (meus Deus, como são caros!!!!). Cismei que preciso, que quero (não sei se preciso ou se quero) de uma escrivaninha antiga, sinto que uma escrivaninha antiga vai me trazer muita inspiração, sinto que uma escrivaninha antiga vai mudar a minha vida...  E é um sentimento bem forte.
Penso muito nas fotos de família, que não existem mais, foram jogadas fora, sem que eu soubesse, porque se eu soubesse que iam para o lixo eu as teria pego pra mim. Fotos de parentes que nem sei por onde andam, de tios e tias que eu amava muito, dos meus avós, de viagens com a minha mãe quando éramos crianças eu e minha irmã,  fotos do tempo da minha mãe, do tempo em que meus pais eram solteiros, do tempo em que eram vivos e estávamos juntos - minha mãe adorava fotos, qualquer coisa era motivo pra foto. Sinto vontade de ficar olhando essas fotos, seria como voltar no tempo...
Por falar nisso, e voltando à minha repentina fixação pelo passado, sabem quando a gente vai arrumar as gavetas ou armários e encontra a caixa de fotos, e aí para, senta no chão e passa o tempo da arrumação olhando fotos? Pois é, fiz isso recentemente.  
Hoje foto não tem mais graça, fica no celular, no facebook, no instagram.

 Coisas também têm acontecido para me remeter ao passado. 
Outro dia, zapeando, deparei com aquele filme " Em Algum Lugar do Passado", tinha acabado de começar. Nossa, que coisa isso, pensei. Vi esse filme em outra época da minha vida, gostei, agora vi com outros olhos, com outro espírito, a sensação foi outra.  Foi tudo de bom ter "reencontrado" esse filme, e foi uma coisa meio estranha ao mesmo tempo, uma estranha  coincidência. 
Hoje entrei numa loja e fui surpreendida com uma liquidação de chapéus, aqueles de usar na praia, muito estilosos, com aba, flor e tal. Adivinhem, experimentei vários. Nada a ver, mas me senti no século dezenove. Quem me conhece diria: sua cara isso, de ficar experimentando chapéu e fazendo pose de dama antiga...  O que eu via no espelho não era um chapéu de praia.

Devo estar maluca. Ou vou morrer logo, sei lá (não, não, isso não...). Ou pode ser que seja mais uma de minhas fases... Já tive até fase esotérica, estudei Anjos, Feng Shui, ouvi Enia...
Se eu for contar aqui das minhas fases...