Sentada à pequena mesa do Café daquela ala, viajei no tempo... A casa me levou ao passado. Vi senhores distintos de chapéu e damas de vestidos de ombreiras transitando elegantemente pela rua. Vi as mansões e os Fords e Chevrolets dos barões do café, naquela avenida tão Paulista. Cheguei a ver a dona da casa movimentando-se por entre os cômodos espaçosos, de janelas grandes, as cortinas claras esvoaçando, delicadas, com a brisa da hora. De dentro da casa, um cheiro de café, do jardim, um perfume de rosas. Senti, toquei, ouvi. Cheiros, móveis, quadros, retratos, vozes... E em outro momento, em algum lugar, presenciei recitais, saraus, e ouvi música, porque não se viaja sem música, e sem música, não se viaja.
Eu estava lá, não sei bem onde, ou como, mas de algum modo insólito eu estava lá, no meu silêncio e na minha invisibilidade de fantasma, um fantasma do fururo.
Sim, é possível viajar no tempo e se ver no meio da poesia e da literatura, de escritores, compositores e poetas que a gente tanto gosta e admira. Tudo o que se tem a fazer é estar ali, naquele casarão do passado imponentemente encrustrado no presente. Tudo o que se tem a fazer é estar ali, pedir um café e olhar as rosas...
São Paulo completa hoje 458 anos. Este texto é minha homenagem à cidade, que não é só cinza, garoa, capitalismo e violência. É cor, sol, humanidade, solidariedade, cultura disponível. Eu poderia tê-la deixado, quase o fiz. Mas percebi que uma cidade assim merece a compreensão de seus filhos, que devo muito a ela, e que, se milhares vêm, eu não poderia ir.
Nasci aqui, vivo aqui, continuo aqui, e neste momento, é aqui que escrevo. Parabéns, São Paulo .
Casa das Rosas é um Centro Cultural localizado na Avenida Paulista 37, em São Paulo, e um dos seus
últimos casarões. É também o primeiro espaço público do
país destinado à poesia, sendo batizado como Espaço Haroldo de Campos de
Poesia e Literatura, em homenagem ao poeta paulistano, falecido em
2003.
Projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, em 1928, a casa mistura métodos construtivos de diferentes épocas, o chamado “estilo eclético”, com influência também da Art Déco. Construída numa área de 5.500 metros quadrados, a casa possui 30 cômodos no estilo arquitetônico francês, claramente divididos em área social, íntima e de serviço. A Casa das Rosas foi declarada patrimônio público pelo Condenphaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), sendo tombada em 1985.
Francisco de Paula Ramos de Azevedo (São Paulo, SP- 1851-1929) foi o mais importante arquiteto do período áureo da economia cafeeira em São Paulo. A Casa das Rosas foi projetada e construída por seu escritório entre 1928 e 1935 para sua filha Lúcia Ramos de Azevedo, que residiu na casa com o marido.
Projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, em 1928, a casa mistura métodos construtivos de diferentes épocas, o chamado “estilo eclético”, com influência também da Art Déco. Construída numa área de 5.500 metros quadrados, a casa possui 30 cômodos no estilo arquitetônico francês, claramente divididos em área social, íntima e de serviço. A Casa das Rosas foi declarada patrimônio público pelo Condenphaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), sendo tombada em 1985.
Francisco de Paula Ramos de Azevedo (São Paulo, SP- 1851-1929) foi o mais importante arquiteto do período áureo da economia cafeeira em São Paulo. A Casa das Rosas foi projetada e construída por seu escritório entre 1928 e 1935 para sua filha Lúcia Ramos de Azevedo, que residiu na casa com o marido.
http://www.casadasrosas-sp.org.br/