Detesto que me roubem a solidão sem me dar em troca verdadeiramente companhia. (Friedrich Nietzsche).

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Eu, robô.


Eu não sou um robô, mas tenho que provar. 
Se sou um robô, sou um robô com problemas psiquiátricos, porque penso que sou gente. Minha tecnologia deve ser de ponta, ultra mega blaster avançadíssima, porque faço uns poemas, escrevo uns contos, conto umas histórias, dou uns palpites, faço uns comentários, tenho um blog... Coisas que, aparentemente, só humanos conseguem fazer. 

Aí digito umas letrinhas tortas e encavaladas, que eu nunca acerto de primeira, nem sempre de segunda, às vezes nem de terceira... e pronto, provo que não sou um robô.  

Pensando bem, acho que é o contrário: sou gente e penso que sou robô, e um robô sacana, feito o Bishop, do Aliens, porque  só robô mal intencionado fica furioso, agressivo, quando tem que digitar aquelas malditas letrinhas que parecem macarrãozinho de sopa que cozinhou demais e grudou ! E agora tem uns números de porta! Então, eu, robô, ou melhor, eu, pensando que sou robô,  esbravejo com voz  sintetizada:

- Malditos desmancha prazeres -  E agora - Como farei para sacanear esse blog

 ...




sábado, 25 de agosto de 2012

Os sete Pecados Capitais da Leitura



                                                      
A Pandora (Uma Pandora e Sua Caixa) inspirou-se nos sete pecados capitais e criou o meme Os Sete Pecados Capitais da Leitura. E o Christian (Escritos Lisérgicos) me indicou (me apontou o dedo...) para que eu confessasse aqui os meus sete pecados capitais da leitura.

Ok, eu confesso:

                    Ganância: Qual seu livro mais caro? E o mais barato?

O livro mais caro: "Edgar Allan Poe - Ficção Completa, Poesia&Ensaios". O livro já está esgotado há pelo menos três anos até na editora (Aguilar). Eu só encontrei em um sebo virtual. Custou bem caro, só gostando muito mesmo! O mais barato:  "Contos Fantásticos - O Horla e Outras Histórias",  de Guy de Maupassant. Comprei em um sebo também, numa loja física, custou seis reais...


         Ira: Com qual autor(a) você possui uma relação de amor/ódio?

Oscar Wilde. Quando li O Retrato de Dorian Gray eu era ainda muito jovem, não tinha nem maturidade nem conhecimento para entender a profundidade da obra. Aliás, nem sabia da importância do autor, li atraída pelo mistério. Voltei a ler na faculdade. Não é pela sua homossexualidade, de maneira alguma, mas Oscar Wilde me passa uma coisa de homem muito delicado e frágil que me irrita.  E ao mesmo tempo em que sinto essa fragilidade nele (e não gosto, sei lá porque), sinto a presença dele no romance, forte, sempre sinto Oscar Wilde no narrador de Dorian.  
Oscar Wilde teve uma vida curta e com final dramático. Eu o admiro pelo que ele representa na literatura e na dramaturgia, e pela sua história.


Gula: Qual livro você devorou sem vergonha?

Normalmente devoro os livros, mas o que devorei com mais gula foi Operação Cavalo de Troia, de J.J. Benítez. Essa é uma ficção da ficção, um livro ao mesmo tempo fantástico e cientifico. E eu que não gosto de ficção científica, vidrei nessa história. Um astronauta, major da NASA, embarca com outro oficial numa "nave", de volta ao tempo de Jesus.

A parte em que ele encontra Jesus é o ponto chave do livro, o major presencia momentos importantes, como a Santa Ceia e a Crucificação, e Benítez, baseado em estudos de historiadores e cientistas, na pessoa do personagem Jasão (nome usado pelo major na terra de Jesus) descreve uma outra versão da morte de Judas. Sem nenhuma conotação religiosa, o livro descreve passagens como o apedrejamento de Maria Madalena, o julgamento de Jesus e a posição política de Pilatos, e faz muitas referências aos costumes da época. O livro tem muitas notas de rodapé com explicações ultra científicas e detalhadas, como a querer demonstrar que é cientificamente possível viajar no tempo.
Em determinado momento, me vi perdida entre ficção e realidade, tamanha era a coerência e a  lógica de tudo aquilo, é um livro que nos faz repensar a História. Devorei o primeiro livro, li o segundo, comprei o terceiro e não li, e não me interessei em ler os demais, são nove ao todo.

E já que na inquisição, ops..  na pergunta, tem o termo 'sem vergonha', não tive vergonha de devorar um livro de uma escritora das décadas de 1960 e 1970, que foi perseguida pela censura porque sua obra (36 livros publicados, 33 apreendidos) era considerada pornográfica para os padrões da sua época: O Bruxo Espanhol, de Cassandra Rios. Quem já leu Cassandra Rios, sabe do que falo.


Alguém observou  alguma coisa aí entre os dois livros?...

 


Preguiça: Qual livro você tem negligenciado devido à preguiça?

Há anos que negligencio esse livro. O pior: é um livro OBRIGATÓRIO, um desses "livros para se ler antes de morrer": Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. Por vezes tentei ler, mas acabei ficando praticamente "Nonada".  Claro que é uma obra maravilhosa a história de Riobaldo e Diadorim, com toda aquela profundidade e dramaticidade, neologismos, características do autor e coisa e tal, mas, não sei, Guimarães Rosa me dá uma preguiça... Acho ele um autor chato. As aulas sobre ele me davam sono... Acho que esse meu pecado nem é capital, é MORTAL... Fiz um trabalho sobre os textos O Espelho, de Machado de Assis e O Espelho, de Guimarães Rosa. O espelho do Machado é uma delícia de ler, o do Guimarães é muito chato!


Orgulho: Qual livro você se orgulha de ter lido?

Na verdade são dois (quando peco, peco pra valer, já que vou pecar...): O Egípcio, autor Mika Waltari, escritor finlandês. A história se passa no Egito Antigo e tem romance e vingança como pano de fundo,e tem mumificações, sacrifícios, mitologia, caverna de minotauro, mistérios, suspense, além de abordar a cultura e os costumes daquele povo na Antiguidade. O Egito Antigo me interessa, e aprendi muito lendo esse livro. É um livro que assusta pela quantidade de páginas, são quinhentas páginas, e letras pequenas. Não é por isso que me orgulho de ter lido, é pelo meu real interesse. 
O outro é  O Homem que Calculava, autor: Malba Tahan - escritor árabe, contador de histórias. Um homem peregrina por seu país, através do deserto e entrando em cidades, e sempre se vê envolvido em situações complicadas, e muitas vezes perigosas pra ele. O raciocínio rápido do personagem, sua capacidade de fazer complexos cálculos de cabeça  o salvam das" roubadas" em que ele se envolve. Cada parada é uma história diferente, uma história é engrenada na outra, mas todas independentes. É como os contos das mil e uma noites. Muito interessante mesmo, é uma leitura que prende.


                           

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Luxúria: Quais atributos você acha mais atraentes em personagens masculinos e femininos?

A descrição física dos personagens masculinos não costuma ser tão minuciosa quanto dos femininos. Mas um homem alto e atraente, de voz forte, sonora, é uma descrição que me encanta. Ou um cavalheiro falido que conserva a pose de rico, o charme e os trejeitos do aristocrata decadente, os solitários e misteriosos, os que elegem uma musa e escrevem poemas, todos esses geralmente personagens da literatura do século dezenove, minha preferida; ou o jeito rude, rústico e calado, mas  passional e ardente,  tudo aliado à inteligência, à força de caráter, ao romantismo e à passionalidade, muitas vezes na figura de um anti herói. Nos femininos, inteligência, determinação, força de caráter, romantismo, tudo isso mais a sensualidade, mas uma sensualidade natural, sem nenhuma apelação, quase ingênua. Não tenho como não citar como exemplos, respectivamente, Mark Darcy de Jane Austen (Orgulho e Preconceito), os anti heróis Heatchcliff, de Emily Bröntre (O Morro dos Ventos Uivantes) e Jay Gatsby, de F. Scott Fitzgerald (O Grande Gatsby), e as maravilhosas mulheres machadianas, com destaque para Capitu, claro!


        




   Inveja: Quais livros você gostaria de ganhar de presente?



O Castelo de Otranto, de Horace Walpole (clássico da literatura gótica), O Idiota (Dostoiévsk),  e no momento estou muito a fim de ler As Esganadas, de Jô Soares. 









Bom, é isso. Parabéns à Pandora pela inteligência e criatividade. E obrigada, Christian, por ter me indicado. 


Beijos a todos que tiveram a paciência de ler este meme e aos que tentaram. Não é  porque Guimarães Rosa é Guimarães Rosa que ele pode ser chato e eu não.



E mais uma vez a fonte se auto alterou, sozinha e a si mesma. Mas, enfim.


























quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Transparência





Silêncio em mim.

Calada minha voz,
Não meu coração.
Calada minha escrita
Minha imaginação
Não.

Ouço
Vejo
Tateio
Sinto
Penso.
Transpareço.

Estou
Como se não estivesse.



sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Marketing Pessoal - O "Mico" da Caverna...


Quando alguém tem o hábito de falar muito bem de si próprio todo mundo desconfia, porque é muito suspeito falar tão bem de si próprio. E um dia a pessoa mostra que não é tão boa quanto dizia que era, o que não causa espanto, todo mundo, a maioria pelo menos, já imaginava que seria assim.
Mas, e quando alguém fala muito mal de si?  Quando praticamente avisa que não vale nada? Alguém acredita? A tendência é ninguém acreditar também, porque ninguém fala tão mal de si próprio, e todo mundo (os que não convivem com a criatura, ou que têm um contato bem superficial com ela) diz: "você está se menosprezando", ou "tenho certeza de que você não é tão ruim assim", ou "ah eu não acho nada disso de você", ou, e o pior de tudo: "você tem autocrítica, é muito autêntico(a)!"...  E aí a pessoa realmente dá indícios de que é exatamente como diz que é, age exatamente como diz que é, só que ninguém percebe, ninguém  enxerga nada. De tão convencidos que estão de que o que a pessoa diz de si não é verdade, ficam cegos para o óbvio. 
Gente, é impressionante! Como essa "modalidade" de marketing pessoal funciona! 




quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Encontro com Fátima Bernardes

http://www.taxitramas.com.br/2012/08/encontro-com-fatima-bernardes.html


Estava eu, ontem pela manhã, na sala de espera da minha dentista, quando vi no programa da Fátima Bernardes um conhecido de blogosfera, o Mauro Castro. Ele não é só blogueiro, é, como outros tantos na blogosfera, um escritor, um escritor, digamos, atípico, um cronista do povo, porque ele escreve sobre o cotidiano real da vida de pessoas comuns. Bom, nem sempre tão comuns... E suas histórias saem do seu táxi e vêm para a blogosfera, onde ele nos diverte e, muitas vezes, nos emociona. Isso mesmo, o Mauro é taxista, e, gente, ele tem cada história...  Vai de freiras a adultérios inusitados, casais insatisfeitos discutindo, vinganças, dramas pessoais e até histórias de mistério... Sempre contadas com muito respeito, discrição  e com  humor, pois as histórias normalmente são bem divertidas.. 
O blog do Mauro Castro foi um  dos primeiros que segui quando ingressei na blogosfera em 2010 com o outro blog. Eu o encontrei por acaso, nem estava procurando um blog, mas fazendo uma pesquisa, e foi lendo um trabalho acadêmico que encontrei  o TAXITRAMAS, pois o trabalho era sobre o conteúdo do blog e sobre os textos de um caminhoneiro  que escrevia na mesma linha.

Abaixo da imagem do Mauro no programa está o link para o TAXITRAMAS. Vale muito uma visita. Façam sinal que ele para (se não estiver chovendo...). E senta que lá vem história...

Boa corrida.

sábado, 11 de agosto de 2012

Blogagem Coletiva - Vegetarianismo E Veganismo - Qual o seu (o meu) conceito?



"Eu te vejo, irmão.  Que teu espírito se junte a Eywa, teu corpo fica aqui para se tornar parte do povo."

Recentemente, li dois textos que falavam sobre vegetarianismo e veganismo: um na visão teísta, outro na visão ateísta. Esses textos me foram indicados por um amigo blogueiro, quando comentei em um post seu sobre vegetarianismo. Não concordei muito com esses textos. O primeiro, o da visão teísta, foi escrito por um escritor mexicano de livros de ocultismo chamado Samael Aum Weor (nome verdadeiro: Victor Manuel Gómez Rodriguez). Ele é considerado entre seus adeptos o "Quinto Anjo do Apocalipse", o "Senhor do Quinto Raio", é também fundador de um movimento gnóstico e de uma igreja da mesma linha, além de um partido político. Apesar dele ser  tudo isso, não sei quem é.
Em seu texto ele diz:

"Em nome da verdade, devo dizer que existe uma grande lei que se poderia denominar assim: LEI DO ETERNO TROGO-AUTOEGOCRÁTICO CÓSMICO COMUM. Tal lei tem dois fatores básicos, fundamentais: comer e ser comido. Alimentação recíproca entre todos os organismos".

Bom, nunca ouvi falar  nessa "lei do eterno trogo-autoegocrático cósmico comum" (?) que não é bem explicada no texto dele, mas até que concordo, em parte, com o que ele diz no parágrafo que destaquei, pois nós comemos, e o que comemos volta à terra, que nos come de novo.
No segundo texto, o autor, um dos membros de um site administrado por professores e cientistas (segundo consta lá), em tom de pilhéria e deboche, defendia o consumo de carne com o mesmo argumento do 'mestre gnóstico' no que diz respeito à importância do consumo desse alimento para a sobrevivência do ser humano. O texto é repleto de piadinhas e gozações para com os que defendem  o vegetarianismo e/ou o veganismo, seja por questões espirituais, seja por questões de estilo de vida, de crença, seja por se  importarem com as causas referentes aos animais
Tanto um quanto outro podem ter alguma razão, mas daí a afirmar que, como seres onívoros, sem as propriedades da carne a gente adoece e morre... Não é bem assim.
Eu não sou qualificada para dizer se a carne é ou não insubstituível nutricionalmente, nem para falar se os vegetais são nutritivos o bastante para se dispensar a proteína animal, o que sei, sei porque li em estudos científicos, sei por me interessar por Nutrição e assuntos referentes à saúde, sei porque tenho uma Nutricionista na família, e principalmente porque conheço exemplos vivos e saudáveis de vegetarianos e veganos.

Conheço uma família inteira, de seis pessoas, o casal e quatro filhos, todos fortes, saudáveis, todos vegetarianos. O casal, vegetariano desde que se casou; os filhos, vegetarianos  desde o nascimento, todos já adultos, fortes, saudáveis, inteligentes, ativos, e, detalhe: nenhum dos quatro filhos desse casal nunca tomou uma vacina , uma sequer. Isso por uma convicção dos pais. Conheço também um educador canino profissional, um rapaz de porte atlético que é vegetariano vegano convicto. Ele treina cães em domicílio, passeia profissionalmente com todo tipo de cachorro, sai com cães de tamanhos enormes nas ruas, dá aulas, vai de uma casa à outra, tem a agenda cheia. Quem olha para essas pessoas vegetarianas e/ou vegana que citei,  não vê gente desnutrida,  fraca, desanimada, pálida, com cara de panda, vê gente alegre, ágil, saudável, disposta, magra, e calma.
É óbvio demais que a  interrupção do consumo de carne sem a devida orientação pode causar danos à saúde. Não é possível dormir onívoro e acordar vegetariano, não é simples assim. Seja o que for que leve uma pessoa a ser ou se tornar vegetariana ou vegana, é imprescindível  ter  orientação de um (a) nutricionista, pois é necessário atentar para as quantidades e fazer as substituições corretamente.
O CRN 3- Conselho Regional dos Nutricionistas, órgão que orienta e fiscaliza  os profissionais de nutrição dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, sempre baseado em estudos e comprovação científica, obviamente, divulgou este ano seu parecer favorável às dietas vegetariana e vegana. A Secretaria da Educação de São Paulo, em novembro de 2011, introduziu cardápio vegetariano nas escolas; à merenda escolar  foram  introduzidos alimentos à base de proteínas de soja, em substituição à carne.  Como, então, o vegetarianismo é prejudicial à saúde? Quanto ao veganisno, os nutricionistas alertam para o fato da dieta vegana requerer mais atenção do ponto de vista nutricional.

Falando agora de mim.
Não sou vegetariana, dou preferência a legumes e verduras - adoro uma verdurinha  no azeite e no alho, adoro uma sopinha de legumes, um sanduíche natural, gosto de salada, mas não dispenso carne, consumo  de duas a três vezes, por semana. Sinto,sim, necessidade da carne. Na verdade, sinto necessidade do paladar da carne, do prazer de comer um bife acebolado, de ir a uma churrascaria (embora consuma pouco), e gosto também de um peito de peru, uma mortadela cortada bem fininha num pãozinho francês bem crocante, no entanto, me incomoda consumir esses alimentos.  Sinceramente, não sei qual é a minha, pois ao mesmo tempo em que gosto de uma carninha, sou contra matar um animal para comer. Comer vivo? Não é isso. É que, se eu tivesse que matar pra comer, ou eu me viraria com outras coisas, ou morreria de fome.
Tenho muita pena dos animais. Alguém já leu sobre o que um animal sente na iminência de sua morte assim? Os animais são tomados de um medo terrível, o coração acelera, a adrenalina deles sobe a níveis elevadíssimos, os músculos enrijecem , são acometidos de pânico, um pânico silencioso, mas que se vê em seus olhos... Eu não posso com isso.
Os métodos usados para matar um animal que virará de tudo nessa vida são cruéis, todo mundo sabe disso. E ver um animal ser morto para virar comida é traumatizante! Quando criança,  via matar galinha, torciam o pescoço dela, e depois ela ficava em agonia, estrebuchando até morrer, ou cortavam o pescoço e deixavam a bichinha lá, pendurada de cabeça pra baixo, ainda viva! Com uma bacia em baixo aparando o sangue. Que frieza! Que coisa macabra!
E quando alguém resolvia matar porco? Meu Deus! Aquilo era cruel demais! Gente sem nenhuma habilidade matando o animal aos poucos! Eu não sabia onde me esconder para não ouvir.
Quando eu  ia para o litoral com meus pais ou tios,  eu via na estrada  homens vendendo caranguejos vivos. Eu via os bichinhos pendurados, no sol escaldante. Até hoje é assim. Eles ficam lá pendurados, horas e horas a fio. E  eu sei que, na hora de prepará-los, jogam os caranguejos e lagostas vivos na água fervendo!  E tem as vitelas, o carneiros, cordeiros, leitõezinhos, e leitoas... Gente, não dá.  Como alguém consegue comer filhotes, fetos, matar uma vaca que está com bezerrinho na barriga, para comer a carne dela e do bezerrinho. E ainda  chamam de "baby beef", são mais macios, tenros...  Não basta ser carne, ter sangue, tem que ser tenro!Como conseguem comer leitão ou leitoa, vendo o leitãozinho inteirinho na mesa, com os dentes, os buracos dos olhos, ou vê-lo pendurado no açougue?! E coelho! Como podem ter coragem de matar e comer coelho?!
Não como cordeiro, vitela, cabrito, bezerro, codorna, nenhuma das chamadas "carnes exóticas": javali, cobra, jacaré... Acho que meu espírito evoluiu ao ponto de  rejeitar esses tipos de carne. Não como galinha morta em casa nem em granjas (demorou pra isso ser proibido!) não como filhotes, galetos...
Mas, ainda assim eu como carne, como frango, como peixe. E ai?  Como a carne do boi que já foi  morto, processado, e congelado, mas entro  em conflito interior quando vejo  bois e bezerros em algum noticiário ou documentário falando sobre pecuária e gado de corte.  Como a carne de frango cortada em filé,  que é de um frango já morto e congelado, mas enfrento o tal conflito quando vejo no mesmo noticiário os bichinhos para serem mortos, ou já mortos e pendurados em fila em um frigorífico.  Conclusão: me sinto hipócrita.
No filme Avatar, os habitantes de Pandora consideram os animais seus irmãos. Ao matarem um animal para comer, agradecem a ele por lhes "dar" o alimento da sua carne .  Isso não é hipocrisia? O animal não está "dando" nada, estão tirando sua vida para comê-lo. Ainda assim há uma intenção de respeito à vida, à natureza, aos animais, o golpe é certeiro, a  morte é instantânea, sem nenhum sofrimento, o que o povo de Pandora chama de 'morte limpa'.

Mas, se (ainda) consumo carne, por outro lado não uso mais nada de couro, nada de pele legítima, nada de bicho nenhum. Sei que usam animais na indústria cosmética, o que não sei é em quais dos produtos que uso tem o sacrifício de um animal, não imagino um animal sendo torturado para a fabricação de um shampoo.
E me perdoem, mas eu detesto um certo povo, um povo que come cachorro, que mantém fazendas de criação de cachorros para tirar-lhes a pele para fazer sei lá o que, roupa, bolsa! Eu passei mal na  faculdade quando um colega de sala  contou que viu um vídeo mostrando como eles tiram a pele desses cachorros. Tive uma crise de choro, voltei para casa passando mal e fiquei mal psicologicamente durante muito tempo. Isso não é gente, é coisa do inferno! E travesseiros de ganso, e penas de avestruz e de pavão para enfeitar pavões humanos e "musas" do carnaval que não usam nada além do bronzeado e penas nas costas!

Voltando ao assunto da carne: Eu admito, como carne pelo prazer, e não pensando na necessidade nutricional. Todos comemos carne pelo prazer, não pela necessidade nutricional. Nesse ponto, pelo menos, não sou hipócrita.

Acredito que o fato de eu  rejeitar a ideia de matar para me alimentar e de reconhecer o sacrifício do animal que morre para me alimentar indica que meu espírito caminha para uma evolução maior. Chegará o dia em que eu não comerei mais carne de espécie alguma, seja nessa existência, seja em outra, pois acredito no vegetarianismo e no veganismo como evolução.





A quem interessar, abaixo os links dos textos citados e do CRN3:

http://www.gnosisonline.org/textos-especiais/vegetarianismo-a-luz-da-gnose/  (visão teísta)
http://ceticismo.net/ (visão ateísta)
http://www.crn3.org.br/atualidades/newsletter_vis.php?cod_mail=855  (parecer do CRN)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Blogagem Coletiva



O tema desta segunda blogagem coletiva proposta pelo Christian do blog Escritos Lisérgicos é bem controverso, e eu aceitei participar porque gostei muito da experiência com a primeira, e porque esse é um assunto complicado pra mim, pois não sou vegetariana, mas não me agrada comer carne...  Enfim... Vou falar disso na blogagem.
Caso alguém mais queira participar, fica aqui o convite.