Detesto que me roubem a solidão sem me dar em troca verdadeiramente companhia. (Friedrich Nietzsche).

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O cachimbo - Inicio





No final do mês passado iniciei um projeto que me absorveu muito. Depois, meu note apresentou um problema, e fiquei um tempo sem meu companheiro, e sem conectar. Aí, comecei a pensar na minha vida na internet, a lembrar de como comecei a interagir em sites de relacionamento, hoje chamados de redes sociais. Acabei por sentir saudade do agonizante Orkut. Lá eu participava ativamente de comunidades, principalmente as literárias, a interação era maior, o contato virtual era mais, digamos, próximo, e, o melhor de tudo, não havia essa vaidade, essa fixação que há  na blogosfera por "seguidores" e comentários, todos estavam ali apenas para dar sua contribuição, ou para saber mais.  O Orkut está megapassado, e se você insiste em manter um perfil lá, as pessoas riem da sua cara, ou olham pra você como se estivessem vendo um dinossauro, uma múmia, um fóssil, e você se sente uma atração de museu de Ciência. Por um motivo muito pessoal, acabei excluindo de vez o meu perfil - não era a primeira vez, mas o motivo era basicamente  o mesmo. Tempos depois, me sentindo pressionada pela "modernidade", ingressei no Twitter, e  depois, fiz um perfil no Facebook, "Face", para os íntimos.  Imagine, se até o fundador do Orkut, o Orkut Büyükkökten (ô nome difícil de digitar!) tem uma conta no FB, com 455 amigos...!
Parecia, ainda parece, que se você não tem Twitter nem conta no FB, você não existe. Tenho Facebook e Twitter, logo existo. Porém... se você não posta a todo instante, ou não curte, ou não cutuca, ou não twíta, ou não dá um RT, ou não sei lá o que mais, você não existe, logo, eu não existo
Acho que gente como eu não se dá muito bem nessas redes sociais. O FB  não tem muito a ver comigo, ou sou eu que não tenho a ver com ele?  Também estou inativa no Twitter, prolixa como sou, não tenho o que dizer em míseros cento e quarenta caracteres.  No FB, vejo as atualizações no assunto do e-mail:  fulana postou uma foto bla bla bla..., Sicrano postou um vídeo... Beltrana postou fotos de viagem... Recebo e-mail me dizendo que tenho atualizações pendentes, e que tem gente querendo ser meu amigo no FB.  Essa é a minha vida no "Face". A verdade é que não consigo me interessar, não vejo a importância daquilo, da maioria das coisas que postam (há exceções, claro), e não vejo porque postar meus passos ali, ou postar no FB tudo quanto é mensagem, ou vídeo, whatever...  O que acontece comigo? Estou começando a considerar a hipótese de RG baixo...
Eu gostava sim, do Orkut, ali as coisas eram mais organizadas (deve ser RG baixo mesmo...), mas estar no século vinte e um é  dizer "siga-me do Twitter" ou "visite meu perfil no Facebook" , até que outra rede apareça para desbancar a de Zuckerberg, como ele desbancou a do Orkut. E se for assim, estou mesmo no meu adorado século dezenove, porque eu não tenho saco pra essas coisas.  E foi assim que inventei de vir pra cá, para a tal blogosfera.



(continua)


Imagem : obra de  René Magritte , pintor belga surrealista (1898-1967)




14 comentários:

  1. Também gostava mais do orkut, Ligeia. Tinha as comunidades de baixar filmes, eu me esbaldava. Depois fiz meu twitter, foi inútil. Tem uns dois meses que eu não entro. O Facebook todos me pressionam para fazer, mas estou resistindo, também não vejo muita utilidade.

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    1. Era bom, né Gilberto? Eu participava de comunidades sobre Edgar Allan Poe e de outras sobre literatura. Estava em todas as comunas dos meus autores e poetas preferidos. Participava de outras também, era bem legal, tinha boas discussões, uma boa interação.
      Não acho que o Facebook vai te acrescentar alguma coisa não, aquilo, pra mim, é uma perda de tempo, uma chatice. Só se for pra você divulgar seu blog. Quem sabe.
      Um abração, Gilberto. Mais tarde vou lá para a segunda parte da entrevista. Té mais.

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  2. Bom dia Ligéia, confesso que dei risadas aqui do outro lado do monitor, quando você disse: Quem ainda tem orkurt tá ultrapassado rs,rs. Já abrir uma conta no Face e não tive tanta afinidade quanto tive no falecido orkurt, resultado desativei a minha conta no Face. Logo depois minhas amigas ficaram enchendo o saco para seguir elas no face, reabri minha conta, só que me sentia um peixe fora d'àgua, não sei explicar não gosto muito de facebook, respeito quem goste, quem sabe um dia vou gostar do face, tudo é uma questão de tempo. beijinhos☻

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    1. Boa tarde, Simone... Então, mas não é verdade? rs. Eu não vou voltar pro orkut porque perdeu a graça, meus amigos todos migraram pro facebook, eu não quero interagir ali, não me atrai. Sei lá, ando meio cansada disso tudo. Aqui já dá bastante trabalho, é uma responsabilidade mesmo.

      Um beijo, e obrigada por pousar aqui, borboletinha... rs

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  3. Não posso falar nada sobre isto, não gosto desta sociedades. Até porque já me usaram e quase que criam problema comigo e alguns amigos.
    Beijos!

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    1. Também não gosto,Janice, isso tudo é uma perda de tempo. Só sinto falta da época de ouro do Orkut. Não tenho mais interesse em redes sociais.

      um beijo!

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  4. Não participo de redes sociais,
    e ainda acredito que elas não envelheceram bem,
    em breve não será de bom gosto participar de alguma.

    E ficar sem internet é bom,
    purifica a alma.

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    1. Acho que já não é de bom gosto, pelo conteúdo que há ali. E, olha, você disse tudo: ficar sem internet purifica a alma. Como isso é verdade!

      Ainda tem algumas coisas, e pessoas, que fazem valer a pena, mas se um dia não restar mais nada, vou para um lugar onde não pega celular, não tem computador, wi-fi, o que for!

      Bom te ver aqui, Herculano.

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  5. Eu tenho Orkut ainda! ahah. Mas o mais impressionante é que ele se resumiu a 15 amigos e o número está caindo cada vez mais. Já moderei comunidades de ateus x evangélicos (imagine a adrenalina, ahah!) e lá aprendi muito como lidar com trolls e assim, adquirir consciência e autocontrole sobre as pessoas das redes sociais que, a maioria, mostra uma vida irreal, diria até, surreal. rs.
    Sobre o Twitter e o Facebook. Eu também escrevo muito e, por vezes, os 140 caracteres me fazem sofrer, gosto mais do Twitter, embora possua a mesma vaidade da blogosfera dos "seguidores" (esta expressão me remete a palavra "seita") e foi lá que conheci muitos blogueiros atuantes que, se eu não tivesse criado a conta, não conheceria.
    O Facebook eu já tinha um perfil antes de virar modismo, me senti forçado a exclui-lo por motivos pessoais, era uma rede social bem familiar, a qual eu utilizava para me comunicar com parentes, amigos, colegas de escola, jogar Farmville (ahah, sim, eu joguei este jogo tosco!) e só tinha gringos. Depois que monopolizou para o mundo cibernético brasileiro, criei apenas um perfil de autor mesmo, tenho as fan pages dos blogues e livros e o Facebook anda evoluindo na interação com os grupos, que se tornaram uma espécie de continuidade das comunidades do Orkut. Só muda a plataforma e ainda há gente que não se sente, como você, familiarizado com a rede, para quem já tinha conta lá, acredito que seja mais fácil.
    Contanto, eu sempre defendo que a vida real deve ser prioridade. Sempre.

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    1. Ai, ai.. rsrs To rindo aqui com esses seus relatos...rsrs. Moderador de comuna de judeus e evangélicos, kkkkk, isso eu queria ver... Ah, o Orkut é muito divertido. Eu só não gostava desses jogos, aquele colheita feliz, então, nossa... rsrsrsrs muito tosco mesmo! rsrs...
      Sobre esse negocio de seguidores, também me lembra coisa de seita rsrs... até já falei isso num comment no seu blog.
      Eu não me familiarizo com mecanismos muito complicados, o FB é muito complicado, tem que ter tempo sobrando pra ficar mexendo lá e aprendendo, e, sinceramente? não to a fim, não... rs
      Além disso, contamos cada vez menos com privacidade na internet, a vida tá virando um bigbrother digno de George Orwell! Até a novilíngua estamos aprendendo, com tantos termos em língua estrangeira. Mas, enfim...
      Valeu muito, Christian, me diverti com seu comentário, rss...
      Em breve, a parte final.rs

      Obrigada!

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  6. Oi Ligeia, que bom que está de volta! E este teu texto... disseste muito bem, é assim mesmo. Beijos

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  7. Oi, Reiffer, bom que apareceu também.

    Obrigada.

    Um abraço pra você.

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  8. Eu tenho orkut, e mal uso rsrsr... Também fiz o face e o twitter, ironicamente foi a blogosfera que me empurrou para as redes sociais clins e eu vivo uma relação de amor e ódio com elas. O face me possibilita conversar com meus amigos e eu gosto dele, tb é um meio interessante de divulgação de ideia... Fui para ele e me mantenho por conta do Em Quantos, um blog coletivo criado por uma amiga que contra a minha vontade e pela minha incapacidade de dizer não acabei virando a administradora... Como os autores do blog são bons e eu sou adm me sinto na obrigação de divulgar e para divulgar tenho que está no face mesmo que as vezes, não sempre nem constantemente, eu acho isso um saco e me bata um tédio mortal...

    E sim, a blogosfera ainda é o meio no qual eu me sinto mais a vontade para me expressar... Vamos ao próximo capitulo!!!

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  9. Pandora, querida, tenho boas lembranças do Orkut. Eu me relacionava bem lá, era tudo mais simples, acho que era até mais organizado que o FB. Sei lá, não posso falar muito do FB, pouco o usei.Meus amigos migraram do Orkut para o FB, eu deixava scraps e eles mal respondiam, até que um dia uma amiga me disse "estou no facebook, lá é melhor". Aí que percebi o que estava acontecendo. Mas, enfim... rs. Da primeira vez me decepcionei com a blogosfera, achei que eu é que não servia para a coisa, talvez não sirva mesmo, o tempo vai me dizer.

    Pandora, adoro seus comentários, porque não são apenas comentários, são troca de ideias, e a gente fica conhecendo o pensamento das pessoas assim, trocando ideias. É essa minha intenção. E é assim que eu começo(ou termino)uma amizade, conhecendo pensamentos.

    Feliz por sua presença.
    Um beijo.

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Costumo responder aos comentários aqui no blog. Todas as opiniões são bem vindas, e importantes. Gosto de saber das pessoas o que pensam, o que sentem, o que gostam. Você que lê e prefere não se manifestar, quem sabe um dia volte para me dizer algo. Não tenho pressa, eu espero.

Divagar é preciso...