Então eu, descalça
vestido branco
de rendas de algodão
areia branca na bainha
flor branca no cabelo
colar
pérolas do mar
para agradar a Rainha
A multidão
em branco
olhando para o alto
esperando algo.
Meu coração
acompanhando vozes
bateu incomum
...Sete...
seis...
cinco..
quatro...
três...
dois
um!
Uma chuva brilhante
iluminou o céu.
De repente
a multidão se divide
como mar de Moisés
e saindo das águas
das espumas brancas
uma silhueta vem
na minha direção.
Coração
tum tum
tum tum
tum tum...
Vento nos cabelos
no vestido branco
de rendas de algodão.
Chegou perto
muito perto.
Mãos na minha cintura
E antes que eu pudesse
vislumbrar um rosto, um olhar,
acontece...
Senti... juro que senti
a boca na minha boca
a língua na minha língua
a rigidez na minha maciez
o calor...
E senti um gosto de Mar
e desejos...
inigualáveis.
Depois,
o abraço de braços firmes
a cabeça no peito forte
carícia nos cabelos.
E a multidão
se junta novamente.
Casais
beijos
pessoas
abraços
Champanhe
Crianças
Brincadeiras de pegar estrelas
Tudo sob o céu que iluminava tudo
com a chuva incandescente.
Então
o tudo terminou
a chuva passou
a multidão dispersou
o abraço soltou
e a silhueta caminhou
em direção ao mar.
E no mar entrou.
Tem sido assim
desde Então
Eu, descalça
na areia branca
Sem vestido branco
de rendas de algodão
Sem flor no cabelo
Sem coração.
Contagem regressiva
de pérolas de colar
A esperar...
"...Chuva de prata que cai sem parar, quase me mata de tanto esperar..."
Aos amigos que me acompanham, muito obrigada pela companhia.
Aos que passam por aqui, mas não deixam sua presença, que voltem sempre, e quem sabe um dia
voltem para ficar.
Aos habitantes deste planeta - blogosfera - sucesso.
A você que nunca...
A todos, um Feliz Ano Novo!
Belo conto, Ligeia. Encontrar alguém na areia na noite de reveillow e se apaixonar... Pena que o final é triste.
ResponderExcluirQuanto à presença no blog. Estarei sempre por aqui.
Abraços apertados!
Muito obrigada, Gilberto.
ResponderExcluirAbração pra você.
Quando eu era criança, gostava de ver as embarcações que chegavam e partiam, gostava de ver os marinheiros, os estivadores, os ratos do cais. Achava engraçado o corre-corre dos passageiros no Ferry Boat e o descontentamento nas filas que se formavam em vésperas de feriados.
ResponderExcluirQuando eu era criança, imaginava que o mundo acabaria no mar e que eu sorriria afogado.
Que belo fim que faz sorrir...
ResponderExcluirum beijo, Herculano. E obrigada.
Como sempre, lindas suas divagações!!!
ResponderExcluirVim, além de ler-te... Desejar-lhe um ano novo inteirinho de dias lindos e ensolarados!!!
Beijokas Karinhosas, Sandra Gonçalves.
Oi, Sandra. Seja bem vinda neste novo espaço. Muito obrigada pelo carinho, pela lembrança e pela presença.Um feliz ano novo para você, com dias ensolarados e noites de lua cheia, para avivar os sentidos, e os instintos...
ResponderExcluirUm beijo.
Grato pelos comentários, Ligeia! Claro, tu tens todo o direito de expor tua opinião. E tens razão, o problema maior está em quem compra, e foi exatamente isso que eu tentei dizer. Minha linguagem foi agressiva, sem dúvida, mas exatamente com a intenção de fazer as pessoas reagirem de alguma forma. Esse é o problema do Brasil, ninguém reage, fica tudo por isso mesmo, em todos os sentidos. Bjos
ResponderExcluirLigéia, querida!
ResponderExcluirCheguei... atrasada como sempre!rsrs
Lindas suas palavras, lembrou-me o réveillon e as festas de Iemanjá na minha amada e saudosa terrinha, me perdia observando as pessoas e toda aquela rica e linda mistura do sagrado com o profano.
Te desejo uma ano novo com muita paz, harmonia, amor, saúde e felicidade, e que tudo isso se transforme em realizações e momentos de muito prazer pra você.
Vou tentar aparecer mais!
Beijo grande!
Muito obrigada, Louise. Adorei que você veio. Venha sempre que puder!
ResponderExcluirum beijo!
Belo. Me senti acompanhando os seus passos. Parabéns.
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Obrigada, Antonio.
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