Detesto que me roubem a solidão sem me dar em troca verdadeiramente companhia. (Friedrich Nietzsche).

sábado, 14 de janeiro de 2012

Seda

"...A seda a roçar no quarto escuro
E a réstia sob a porta
Onde é que você some?
Que horas você volta?..."
(Chico Buarque)


Toque  de seda
que me tem
na palma da mão...
Quando me desliza na pele
e escorre, sinuosa
pelo caminho que percorre...
Quando para de repente
audaciosa
demorada
numa curva acentuada


Delicada seda
Forte
Firme
Confiável

Implacável

E sempre seda...

Obediente
quando chamada de volta
de onde saiu
de onde caiu
e ficou...

Seda que me  fala ao ouvido...

Toca-me a boca
Roça- me a nuca
Resvala-me os ombros
Arfa-me o peito
Queima-me o corpo
Refresca-me a alma
Me acalma...
Amordaça minha voz em falsetes
Amarra-me os cabelos
Arrasta-me pelos instintos
Amansa-me...


Domínio puro
Toque preciso
Seguro
De mãos ao piano

Pura seda
Deslizando
Fio a fio
Tateando
No escuro...








6 comentários:

  1. Belo, sensível e delicado, gostei muito! Bjo

    ResponderExcluir
  2. Esse seu poema é um tesouro mais valioso que a própria seda. Algo muito bom de se ler, de se sentir. É poesia em sua mais pura expressão.

    Amei o blog! Achei muito criativo divagando para os comentários. Divagar aqui é ir além do céu! É uma viagem dentro das letras, das criações.

    Estou seguindo.

    ResponderExcluir
  3. Victor, nem sei o que dizer, só posso te agradecer as palavras lindas e gentis. Agradeço também por acompanhar minhas divagações de cronópio.
    Muito obrigada.

    ResponderExcluir

Costumo responder aos comentários aqui no blog. Todas as opiniões são bem vindas, e importantes. Gosto de saber das pessoas o que pensam, o que sentem, o que gostam. Você que lê e prefere não se manifestar, quem sabe um dia volte para me dizer algo. Não tenho pressa, eu espero.

Divagar é preciso...